Um
negro e um judeu integram o Ku Klux Klan? Em termos de premissa, é interessante
logo à partida mas, a partir daí, tanto podíamos ter um drama intenso como algo
mais leviano com um tom mais cómico. E, tendo em conta que o realizador é Spike
Lee, estava à espera da primeira opção, mas felizmente tivemos direito à
segunda.
Além
da direção irrepreensível de Lee, as interpretações dos dois protagonistas
também estão impecáveis, John David Washington e Adam Driver respetivamente. E,
se por acaso, John David Washington vos lembra alguém é por ser o filho de
Denzel Washington, que acaba por se notar tanto na voz como na postura do ator.
E essa atitude serviu bem a sua personagem como o primeiro polícia
afro-americano de Colorado Springs que tenta provar o seu valor. Como o fazer?
Nada melhor que derrubar a célula KKK local. E não podemos deixar de fora Adam
Driver (aliás, até foi nomeado para um Óscar) que é aquele que, de facto, dá a
cara quando é necessário reunir com os elementos deste bando de fanáticos. Há que
ter em conta que a sua personagem atenta ne o modo como tem que pensar bem no
que diz, tanto para evitar denunciar que é polícia, e mais importante, judeu.
Aquilo
que Spike Lee conseguiu fazer com este filme foi um grande balanço entre a
comédia e a seriedade das situações. Num momento, tanto podemos estar a rir,
como de seguida ficamos estupefatos por aquilo que está a ser dito. E é este
grande balanço, em junção com um grande argumento, que fizeram com que o filme
levasse para casa o Óscar de melhor argumento adaptado.
Como
não podia deixar de ser, vindo de quem é, o filme tem também uma clara mensagem
política que se transpõe para os dias de hoje, algo que fica claro no final do
filme. “BlacKkKlansman - O Infiltrado” é um filme interessante e que não se
pode perder.
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