08/02/2020

Parasitas (Gisaengchung - 2019)

“Parasitas” está a ganhar prémios a torto e a direito pelo mundo fora. Desde os Globos de Ouro aos BAFTA, e com 6 nomeações para os Óscares da academia, estamos perante o provável vencedor da categoria de melhor filme estrangeiro e um sério candidato ao de melhor filme. Mas será que o último filme de Bong Joon Ho merece toda esta atenção?
    Com toda a família desempregada, Ki-woo consegue um emprego como tutor numa família rica. A partir daí, vai conseguir com que todos os elementos da sua família se infiltrem na casa e que se misturem com os atuais moradores.
Sinceramente, não estava à espera de gostar tanto do filme como gostei. Tal como outros filmes deste realizador, as diferenças sociais são os temas principais. E, assim como nos outros filmes, na maior parte do tempo, nada é feito da forma mais discreta do mundo. Porém, desta vez, há ocasiões em que isso é feito de modo muito mais subtil. Por exemplo, numa cena em que chove muito, os ricos não sofrem consequência nenhuma, enquanto que os mais pobres tinham as casas alagadas e quase se afogam para salvar o pouco que têm.
E, se pensamos que sabemos tudo o que vai acontecer desde o início, a meio temos uma volta de 180º, que muda totalmente o tom daquilo que estamos a ver, mostrando, de novo, o tema principal: sobrevivência. Aqueles que não tem todos os privilégios fazem de tudo para sobreviver e arquitetar os mais elaborados planos para conseguir subir na sociedade e do dinheiro. 
    As personagens são interessantes e estão bem desenvolvidas, principalmente Kang-ho Song, e vamos tendo várias dicas sobre aquilo que vai fazer no final. E é no final que está aquilo que menos gosto: gostei da pequena surpresa que surge, mas não aquilo que mostra logo depois (é difícil tentar explicar sem entrar em spoilers).
Mesmo com isso, “Parasitas” é um filme intenso, perspicaz e que, sem dúvida, deve ser visto.

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