Dick
Cheney, antes do filme, não me dizia praticamente nada. Eu sabia que tinha sido
um vice-presidente dos Estados Unidos e era isto. Mas, depois de ver os
trailers, saber que era interpretado por Christian Bale, realizado por Adam
McKay e ter tido uma palete de nomeações para os Óscares, rapidamente se tornou
um filme que não quis perder.
Seguimos a vida política de Dick
Cheney, desde que o seu primeiro trabalho na Casa Branca, até se tornar um dos
vice-presidentes mais poderosos da história americana.
Infelizmente, fiquei algo
desiludido com o filme. Simplesmente porque não me conseguiu sempre prender a
atenção. Embora não tenha nada contra Adam McKay, talvez se o argumento tivesse
mais fluidez, como Aaron Sorkin consegue transmitir nas suas peças, teria sido
muito bem-vindo. McKay faz um bom trabalho em traduzir conceitos políticos
complexos, em algo que toda a gente consegue facilmente entender, só que aqui
simplesmente não cativa.
E por amor de Deus, alguém que
diga a Christian Bale para parar de se matar, com todas as transformações
físicas que faz para os filmes. É um grande ator, que aqui volta a fazer mais
uma grande interpretação mas, se ainda no ano passado conseguimos fazer Gary
Oldman transformar-se em Winston Churchill apenas com efeitos práticos, acho
que aqui isso também era possível. Amy Adams é sempre uma mais-valia em
qualquer lado que entra e mais uma vez aqui não falha, como a mulher de Cheney,
que é tão implacável como o seu marido. Mas agora nomear Sam Rockwell pelo seu
papel acho que já foi esticar um pouco a corda, facilmente trocava pela
prestação de Steve Carell.
Pronto pronto, estou a ser
demasiado duro com o filme. Este também teve bons momentos, principalmente um
momento genial que acontece mais ou menos a meio. Só que o transmitir da
sensação de como o homem é frio e implacável torna o filme frio e monótono.
Entendo que estamos a ver alguém que não é suposto gostarmos mas, mesmo assim,
todo o poder que tem nunca é bem experienciado.
Nunca meteria “Vice” em nenhuma
lista de melhores do ano, aqui as grandes interpretações não conseguem resolver
os problemas de argumento e realização.
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