Acho que posso dizer, com algum
lado de certeza, que ninguém estava à espera de “Glass” pelo menos, não 19 anos
depois de “O Protegido”. Por isso, quando no fim de “Fragmentado” ficamos com a
dica que poderia haver uma sequela a caminho, foi algo totalmente surreal. Mas
já sabemos que tudo pode acontecer com M. Night Shyamalan, tanto podemos estar
perante um grande filme, como uma das piores apostas da década.
Depois de
tanto David Dunn como a Besta terem sido capturados, a psicóloga Dr. Ellie
Staple vai tentar convencê-los, assim como a Elijah Price, que não passam de
pessoas normais sem quaisquer super poderes.
Este filme
sofre de dois grandes problemas. O primeiro é que não foi propriamente uma
multidão que viram “Fragmentado” e “O Protegido”, já que o segundo estreou há
19 anos, e “Glass” não faz uma grande papel a explicar os acontecimentos
passados. Por outro lado, para quem os fãs dos dois filmes, espera-se uma
grande conclusão para esta improvável trilogia.
Mais uma vez, é James McAvoy que
consegue salvar toda a narrativa. Todas as metaformoses que o ator sofre ao
segundo quando passa de personalidade para personalidade é incrível e ver os
distintos desempenhos que ele consegue criar é algo que merece ser apreciado.
Samuel L. Jackson também está bem mas não surpreende. E, mais uma vez, Bruce
Willis parece que está a passear pelo filme - todos estamos mais ou menos
cientes disso - já que não lhe é dado grande destaque.
O argumento de M. Night é que não
consegue dar uma conclusão satisfatória. Dá a sensação que estamos a criar um
grande crescendo mas sem clímax. Além disso, as cenas de ação não foram
propriamente bem editadas: é verdade que não estava à espera de um espetáculo
visual como um filme dos “Avengers” ou as coreografias marciais de “The Raid”
mas, pelo menos, a câmara podia não estar sempre a saltar de um lado para o
outro e com menos close-ups. As tentativas dos protagonistas duvidarem que têm
poderes (e através deles, o espetador) também não é muito convincente, já que,
quando vimos nos filmes anteriores a certeza que os têm.
“Glass” não
é um mau filme, como posso ter dado a entender. Tem os seus bons momentos, nem
que seja para ver a grande interpretação de McAvoy, apenas o argumento não é
tão inteligente como parece ser.
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