23/01/2019

Glass (2019)

            Acho que posso dizer, com algum lado de certeza, que ninguém estava à espera de “Glass” pelo menos, não 19 anos depois de “O Protegido”. Por isso, quando no fim de “Fragmentado” ficamos com a dica que poderia haver uma sequela a caminho, foi algo totalmente surreal. Mas já sabemos que tudo pode acontecer com M. Night Shyamalan, tanto podemos estar perante um grande filme, como uma das piores apostas da década.
            Depois de tanto David Dunn como a Besta terem sido capturados, a psicóloga Dr. Ellie Staple vai tentar convencê-los, assim como a Elijah Price, que não passam de pessoas normais sem quaisquer super poderes.
            Este filme sofre de dois grandes problemas. O primeiro é que não foi propriamente uma multidão que viram “Fragmentado” e “O Protegido”, já que o segundo estreou há 19 anos, e “Glass” não faz uma grande papel a explicar os acontecimentos passados. Por outro lado, para quem os fãs dos dois filmes, espera-se uma grande conclusão para esta improvável trilogia.
Mais uma vez, é James McAvoy que consegue salvar toda a narrativa. Todas as metaformoses que o ator sofre ao segundo quando passa de personalidade para personalidade é incrível e ver os distintos desempenhos que ele consegue criar é algo que merece ser apreciado. Samuel L. Jackson também está bem mas não surpreende. E, mais uma vez, Bruce Willis parece que está a passear pelo filme - todos estamos mais ou menos cientes disso - já que não lhe é dado grande destaque.
O argumento de M. Night é que não consegue dar uma conclusão satisfatória. Dá a sensação que estamos a criar um grande crescendo mas sem clímax. Além disso, as cenas de ação não foram propriamente bem editadas: é verdade que não estava à espera de um espetáculo visual como um filme dos “Avengers” ou as coreografias marciais de “The Raid” mas, pelo menos, a câmara podia não estar sempre a saltar de um lado para o outro e com menos close-ups. As tentativas dos protagonistas duvidarem que têm poderes (e através deles, o espetador) também não é muito convincente, já que, quando vimos nos filmes anteriores a certeza que os têm.
            “Glass” não é um mau filme, como posso ter dado a entender. Tem os seus bons momentos, nem que seja para ver a grande interpretação de McAvoy, apenas o argumento não é tão inteligente como parece ser.


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