Finalmente
chegou às salas de cinema um filme de ficção-científica que vale a pena! Pelo
menos é isso que dá a entender mas é preciso ter cuidado porque esta é a
primeira tentativa de Alex Garland na cadeira de realizador.
Neste
enredo, Caleb é um jovem programador que ganhou um concurso para passar uma
semana com o génio e recluso CEO da companhia onde trabalha. O que não sabe é
que, quando chegar lá, vai ter de testar se a primeira Inteligência Artificial
possui consciência.
O filme
baseia-se no seu forte argumento, nomeadamente nas inteligentes conversas entre
Caleb e AVA (a inteligência artificial) e Caleb com Nathan. E, enquanto a
primeira tenta criar uma aparente ligação com o protagonista, o segundo tem uma
grande noção da sua importância, embora não o queira mostrar logo.
Oscar
Isaac (que interpreta Nathan) tem uma personagem que está naquele ténue linha
entre o génio e o excêntrico e, desde o início, eu estava à espera que ele
arranjasse um machado e começasse a distribuir acoites. E, por estranho que
pareça, as conversas entre os dois humanos são mais interessantes do que com
AVA (interpretada por Alicia Vikander), que altera o seu diálogo à medida que as
conversas vão acontecendo, inicialmente inocentes, mas depois cheias de insinuações.
O filme
é cativante e consegue prender o espetador até ao fim e os grandes twists fazem
sentido e conseguem elevar o filme. Um problema foi não saber onde parar; se o
filme tivesse acabado na cena do elevador (não a vou contar para não estragar a
surpresa), teria criado maior impacto.
Garland
conseguiu um grande filme de ficção-científica para a sua estreia. Resta
esperar para ver se se vai manter nesta rota.
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