Os
filmes de super-heróis estão em grande nos dias de hoje, e bem que já era
altura de Portugal ter o seu próprio herói, neste caso o Capitão Falcão. Mas há
sempre aquele receio, que o filme seja uma total desgraça, embora os trailers
não o pareçam indicar.
Em
pleno domínio do Estado Novo é preciso alguém para proteger António de Oliveira
Salazar, e não há ninguém melhor para esse trabalho do que o mais português dos
portugueses, o Capitão Falcão, que vai tentar livrar o país dos comunistas.
Aqui
temos uma incrível sátira daquilo que foram os finais dos anos 60, e mesmo dos
dias de hoje. As quantidades de referências existentes são enormes, desde a
série de televisão de Batman dos anos 60, até aos Power Rangers.
Em
termos de comédia, o filme é bastante bom, tanto na sua comédia física (em
praticamente todas as cenas de ação), como nos diálogos (uma versão de bad
cop/good cop que envolve pastelaria).
O melhor do filme é, sem dúvida,
o seu protagonista, interpretado por Gonçalo Waddington, que transmite uma
incrível personalidade a esta personagem, pegando nos maiores traços das
pessoas na altura, e tornando-os cómicos para os dias de hoje (“Não há nada
pior do que uma mulher que pensa que é um homem”).
Claro que ajuda se o espetador
tiver algumas noções sobre política básica. Mas, mesmo que não as tenha não
quer dizer que não vai entender o filme, apenas que algumas piadas sobre o
fascismo e comunismo podem passar ao lado.
O
problema é que chega uma altura em que a exagerada paródia começa a ser demais.
Exceto isso José Leitão fez um grande trabalho em trazer esta personagem para o
grande ecrã.
Pode
ser que comece aqui uma revolução do cinema comercial português.
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