2001 –
Odisseia no Espaço
É um daqueles filmes que nos marca por todas
as razões. Tudo aqui é orquestrado de forma magistral resultando numa peça
ímpar do Cinema. O argumento que foca a evolução do Homem é enigmático, tenso e
até psicadélico, consoante a parte da história a ser contada. A banda sonora vai
beber à música clássica para nos trazer uma “ópera espacial” como nunca antes
vimos, nem depois. No que toca às personagens, “2001 Odisseia no Espaço”
continua a conter uma das minhas predilectas de sempre, Hal 9000. Nota-se na
filmografia de Kubrick uma tendência para o pormenor, para o perfeccionismo.
Parece-me que aqui o realizador conseguiu acertar em tudo, criando um dos mais
belos filmes da História.
Velvet
Goldmine
Foi com este filme que conheci o cinema de
Todd Haynes. Fiquei imediatamente conquistado por esta explosão de cores e
sons. Foi um filme que me deu a conhecer Oscar Wilde, David Bowie e Iggy Pop,
tudo nomes que hoje fazem parte assídua da minha vida. É um filme especial por
causa disso, porque é uma forte mistura entre cinema e música, tudo polvilhado
com pitadas de literatura, sob uma estética glam que ainda tem tempo de nos dar
um pequeno mistério espacial.
Who Framed Roger Rabitt
Aqui está um filme que tenho, vergonhosamente,
esquecido das minhas listas. Deve ter sido o filme que vi mais vezes na vida. Pelo
menos quando era mais novo, todos os anos, visitava este VHS. Zemeckis já aqui
mostrava a sua paixão pela animação ao misturar acção real com personagens
animadas, algo que funcionou mesmo muito bem. Os efeitos especiais de “Who
Framed Roger Rabitt” ainda hoje não envergonham ninguém. Adoro as personagens,
o humor, enfim, um filme que não merece nada ser esquecido, sem dúvida, um dos
filmes da minha vida.
Videodrome
Filme da época em que Cronemberg se afirmava
como o mestre do terror venéreo e carnal. Em “Videodromme” é notório como a
abordagem à tecnologia é tão distinta neste realizador. Algo que é frio e
maquinal sempre foi retratado de forma quente e carnal por Cronemberg. É um dos
filmes mais tensos do realizador e com uma fervorosa crítica à televisão e seu
respectivo telespectador. Depois de ver um filme destes, nada mais é o mesmo, o
Cinema de Cronemberg é algo que fica connosco para à vida.
El
Angel Exterminador
Quanto mais conheço Luis Buñuel mais acredito
que é um dos grandes mestres da 7º arte. O autor utilizou aqui uma "prisão
surrealista" para desenvolver as relações sociais entre um grupo de
pessoas que da noite para o dia se encontra encurralada. Os ânimos vêm ao de
leve, onde uns são mais tempestuosos e outros mais calmos e ponderados. Porém,
pouco a pouco, todos acabam por quebrar à sua maneira. Alguns optam pela única
fuga possível enquanto outros enquanto houver vida jamais a largarão.
A primeira vez que ouvi a ideia deste filme
foi no "Midnight in Paris" de Woody Allen e captou imediatamente a
minha curiosidade. Sou fã do bizarro, sou fã do surreal. Há filmes que vemos e
nos conquistam logo, rapidamente sentimos que vimos um grande filme. Mas, há
outros, que conseguem ir ainda mais além, entrar logo naquele lista dos
preferidos, há filmes que quando os vemos consideramos que muito provavelmente
vão entrar na lista dos "filmes da nossa vida", "El Ángel
Exterminador" é um desses filmes.
Persona
Filme minimalista com apenas duas actrizes e
um longo monólogo ao longo de todo o tempo. Um filme que prova que não
precisamos de muitos artefactos para construir um grande filme. Esta é uma das
minhas viagens cinematográficas favoritas sobre a psique humana. Tem também um
dos monólogos mais sensuais que vi num filme.
Metropolis
Este grande épico do cinema mudo é uma espécie
de “Sagrada Família” do cinema, ou seja, nunca vai estar completo, pois de
tempos a tempos mais uns minutos serão “descobertos”. Apesar de não ser um
filme que tenhamos visto inteiro, a sua força não deixa de se fazer sentir
sendo um dos grandes percursores da ficção-científica no cinema. Filme estreado
em 1927 e o mais caro da História, trouxe-nos uma cidade imponente e que de
certa forma é também uma das personagens deste filme. Por toda a visão de Lang
que criou aqui um filme visualmente arrebatador escolhi-o para figurar nesta
lista. No final ficamos com a imagem de um mundo onde o coração é o mediador
entre a mente e o corpo, uma visão romântica, mas que tornaria certamente o
nosso mundo num melhor. Vale ainda mais a pena relembra-lo uma vez que este mês
será dedicado a Fritz Lang na Cinemateca, um ciclo imperdível.
Alien
Juntamente com “Blade Runner” é a obra-prima
de Ridley Scott. Adoro filmes com uma atmosfera claustrofóbica (“The Thing”
também poderia estar aqui) e nada nos faz ter esse sentimento como estarmos
numa nave algures no espaço fechados com um dos mais perigosos alienígenas jamais
vistos. Scott sabe que o mais assustador é aquilo que não vemos e joga bem com
o suspense do filme. Apenas no final vemos este alien de corpo inteiro. Os
efeitos especiais são de topo para a época, é impressionante que o filme tenha
estreado em 1979.
Fa
yeung nin wa (Disponível para amar)
Sempre que penso na relação amorosa entre duas
pessoas, muitas vezes vou parar a este casal e isso quer dizer qualquer coisa.
Adoro a aura poética e sensual com que Wong Kar Wai consegue dotar os seus
planos. A atenção à música e às personagens também se faz notar muito. Tudo
funciona numa perfeita simbiose. Há qualquer coisa de mágico nos seus filmes ou
talvez não seja magia de todo, talvez seja apenas esse sentimento poderoso que
é o amor.
Mulholland
Drive
Como é um filme que tem uma projecção tão
grande, muitas vezes opto por não falar dele em prol de outros. É altura de o
relembrar quando falamos de filmes que nos marcaram. Tive uma experiência única
em cinema ao ver “Mulholland Drive” e isso é inegável. Tecnicamente acho o
filme soberbo, tem tudo a jogar a seu favor. Mas nunca antes me tinha sentido
assim a ver um filme, nunca antes tinha abandonado uma sala de cinema com um
mistério ainda por resolver e isso ninguém tira a “Mulholland Drive” a minha
introdução a esse mundo fascinante que é o Lynchiano.
Ó Gabriel, mas que raio? Só escolhas boas :P
ResponderEliminarDestaco o 2001 e o Persona, filmes que me arrepiaram e continuam a arrepiar de tão geniais que são. O expoente máximo da sétima arte está ali contido :D E o In the Mood for Love é um dos filmes mais belos de sempre. Aquela direcção de fotografia é de tirar o fôlego.
Vi o Videodrome ontem pela primeira vez e adorei :D (E o eXistenZ...fiz sessão dupla do Cronenberg eheh)
O único que ainda não vi foi mesmo o Velvet Goldmine, tenho de colmatar tal falha.
Boa Iniciativa, Tiago ;)
Cumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori
Gosto muito do Todd Haynes, conheci-o com o Velvet Goldmine, acho que é um filme que tem uma alma do caraças. Poderá nunca ser considerado um dos grandes filmes do mundo, mas para mim é de culto :)
ResponderEliminarAbraço