08/12/2018

Engenhos Mortíferos (Mortal Engines - 2018)


            E temos um novo filme de Peter Jackson! Ah esperem! Fui informado que Jackson é, afinal, o produtor, sendo Christian Rivers a realizar. Peço desculpa pelo erro mas com tantos spots publicitários a referir o realizador de “O Senhor do Anéis”, até parecia que o filme era dele. Tirando isso, estamos perante a mais recente adaptação de um livro à la “Hunger Games” e “Divergente”.
Neste futuro pós-apocalíptico (tinha de ser não era?), a humanidade está praticamente extinta e as poucas cidades que sobraram agora estão sobre rodas. É neste mundo que uma jovem Ester Shaw parte numa missão de vingança contra Thaddeus Valentine, o homem que matou a sua mãe e governa Londres, a cidade predadora.
Antes de tudo, Hugo Weaving no filme é sempre algo positivo, mesmo que a personagem em si seja algo para o sem-sal. Daí, podemos partir para o maior problema do filme: é tudo cliché sem carisma nenhum! Parece tudo copy-paste de outros filmes do género, apenas com o plano de fundo a mudar. Temos personagens com passados tristes que não confiam em ninguém, para tudo mudar quando aparece o interesse amoroso. O poder regente vilão e uma resistência que depende da protagonista para sobreviver e mais do género. E uma das coisas que mais meteu impressão foi a incrível capacidade de sobrevivência dos elementos do filme já que não há queda que pareça abalar qualquer corpo - e isto mesmo tendo em consideração o desconto por ser filme.
O mundo criado parece extremamente interessante, só que não foi explorado como deveria ser. As cidades móveis parecem incríveis e estão com grande detalhe e movimento, o problema é que não têm um propósito real. Todo o movimento e maneira como se movimentam estão muito bem executados. Só que isto é tudo visual e nada de conteúdo, e mesmo aí… Tudo com uma razão: o filme foi exibido em IMAX 3D e quem teve tal brilhante ideia claramente não estava nos melhores dias, já que as cenas de ação estão super editadas e não se entende nada e sai-se de lá com dores de cabeça.
Os desempenhos até não são maus, não é por isso que o filme peca, as personagens e realização é que não foram as melhores. O melhor deles todos é Stephen Lang que faz de um robô com incrível estilo e implacável (embora muitas das ações merecem uma melhor explicação).
Sinceramente estava à espera de um filme bem melhor do que aquele que nos calhou.


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