A corrida para as estatuetas
douradas continua e, quem se seguiu na minha lista de críticas o muito
recomendado e cheio de prêmios “Moonlight”. Realizado por Barry Jenkins, este é
um filme que tem sido considerado o mais sério concorrente a “La La Land”, para
o maior prémio da noite, só que não me convenceu.
Aqui vemos três décadas da vida
de Chiron. Um negro, que está em constante conflito por ser homosexual, num
ambiente em que é permanentemente perseguido na escola e que, quando volta a
casa, tem que cuidar da sua mãe drogada.
Relativamente às escolhas da
Academia, vou começar por aquilo que me parece mais claramente exagerado, que é
a nomeação (e, a que tudo indica, vencedor) de Mahershala Ali, como melhor ator
secundário. Primeiro, ele está no filme uns 15 minutos. Verdade que não quer
dizer nada pois pode ter, na mesma, um grande impacto, só que não acontece. Não
que não seja um incrível desempenho, tenso e com subtilezas, mas mesmo assim
parece-me um exagero a nomeação para o maior galardão do cinema. Já Naomie
Harris tudo bem, faz um trabalho muito bom, intenso e destruidor, e merece ser
premiada.
O grande problema que tenho aqui
é o mesmo que tenho com “Manchester by the Sea”, que é não ter um final
propriamente dito. Não que esta não seja uma história que não mereça ser
contada mas não apresenta um propósito claro sobre o que é e o que quer fazer. O
modo de como Chiron se transforma ao longo do filme serve para mostrar que tudo
funciona num círculo, tendo-se tornado em adulto naquilo que destruiu a sua
infância.
De resto, “Moonlight” é um grande
filme. As três histórias estão muito bem construídas e conseguem funcionar de
maneira individual e as suas transições estão muito bem-feitas.
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