Aparentemente
estamos numa onda de regressos. M.Night Shyamalan está num bom caminho com “A Visita”; tudo
leva a crer que Johnny Depp vai fazer um grande desempenho em “Black Mass –
Jogo Sujo”. Agora é Ridley Scott que, depois do desapontante “O Conselheiro” e
“Exodus – Deuses e Reis”, nos trouxe um grande filme.
Durante uma missão
em Marte, o astronauta Mark Watney é dado como morto e deixado para trás quando
a restante da tripulação se dirige em relação à Terra. Só que Watney está vivo
e tem de sobreviver até que seja possível salvá-lo.
Pode dar a entender que estamos perante o
“Interstellar” deste ano, tanto Matt Damon como Jessica Chastain também
apareceram no filme espacial de Christopher Nolan mas, exceto
isso, não podíamos estar perante dois filmes mais diferentes. A parte mais
“depressiva” do filme de Nolan é, aqui, substituído por humor. Seria expectável
que era muito fácil o isolamento de Watney se transformar num drama mas
felizmente isso não se passa. Existem na mesma momentos dramáticos e emotivos,
mas Watney tenta fazer de tudo para manter a moral elevada e ir resolvendo os
problemas que lhe vão aparecendo.
A meu ver, Matt Damon consegue
aqui uma incrível interpretação. É verdade que tenta ficar bem-humorado mas
vemos que a solidão e os constantes contratempos que lhe vão aparecendo vão
tendo influência nele, criando cenas em que ele se mostra desesperado e sem
saber se vai conseguir sobreviver a este titânico desafio. Só que Damon tem um
grande elenco com que partilhar espaço. Em “Perdido em Marte”, também vemos o
lado dos que o tentam resgatar, nomeadamente a NASA e os seus companheiros. Destacam-se
nomes como a já referida Jessica Chastain mas também Jeff Daniels, Michael
Peña, Kristen Wiig, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor, entre outros, que tiveram grandes
desempenhos e só fizeram bem ao filme.
Isto não podia ser um trabalho de Ridley Scott se não
tivéssemos grandes visuais e efeitos. Marte está incrível, criando uma
avassaladora sensação de solidão e de imensidão. Adicionalmente, tanto os fatos
espaciais como os equipamentos que o protagonista usa no planeta vermelho estão
com muito bom aspeto. As cenas espaciais não foram esquecidas tendo sido muito
bem orquestradas, estando dentro das melhores do género.
Por fim, falta referir a inconvencional banda-sonora de
música disco que consegue ser surpreendentemente bem aplicada.
“Perdido em Marte” é o grande regresso de Ridley Scott,
que nos traz um dos grandes filmes do ano.
Concordo com a sua análise, também gostei muito deste "Perdido em Marte": 5*
ResponderEliminar"Perdido em Marte" é sem dúvida alguma um dos melhores filmes de 2015...
"The Martian" tem uma história arrebatadora e um brilhante elenco...
Cumprimentos Frederico Daniel...