27/10/2021

Dune - Duna (Dune - 2021)

          O novo filme de Denis Villeneuve era uma das minhas grandes expectativas deste ano, não por ser um grande apreciador de todos os filmes do realizador, mas por achar que as suas sensibilidades estão bem enquadradas dentro deste universo. Todos os trailers pareceram corroboram esse pensamento, por isso estava com grandes esperanças que fosse bem superior à versão de 1984.
          Pelo decreto do Imperador, a família Atreides é obrigada a mudar-se para o planeta de Arrakis e a se encarregar da exploração da especiaria do planeta, a substância mais valiosa do universo.
          A primeira coisa que vemos no filme é que esta é apenas a primeira parte da adaptação do livro e penso que isso devia ter sido algo mencionado tanto nos posters como nos trailers, que pode levar as pessoas ao engano. Pois, embora com duração de quase duas horas e meia, o filme não apresenta a história toda (e ainda bem mas devia ser algo mais explícito).
          Tirando esse pequeno detalhe, o filme cumpre com quase todas as expectativas que tinha para ele. Em termos técnicos, o filme está ao mais alto nível, desde a fotografia, à direção artística e ao som. Todos têm momentos para brilhar, com grandes planos dos cenários e com Hans Zimmer a entregar uma banda-sonora épica, principalmente quando é utilizada a Voz.
          As interpretações também são impecáveis. Tinha algumas dúvidas se Timothée Chalamet fosse capaz de interpretar o protagonista mas, felizmente, o ator esteve a par da personagem. As partes mais emotivas são com os seus pais, desempenhados por Oscar Isaac e Rebecca Ferguson, principalmente com esta última. Os vilões, aqui encabeçados por Stellan Skarsgård, são bem mais intimidadores e não são a versão mais cartunesca que na versão de 1984.
          É claro que a adaptação não consegue transmitir tudo aquilo que está no livro e, na maior parte das situações, sou capaz de concordar com os cortes feitos. Mas, mesmo com a enorme quantidade de informações que nos transmitem no início, havia algumas coisas que faltavam. Nada que não possa ser explorado mais na sequela.
          Há algumas críticas, em que se diz faltar “alma” ao filme mas, para mim, isso deve-se à conjugação do tom mais sóbrio dos livros, com o estilo do realizador, que não é dos mais emotivos que temos. Em termos de tom, estamos sempre com a sensação que vai acontecer algo em grande e, quando isso acontece é extremamente satisfatório, pena o filme ser “cortado” pouco depois.
          Villeneuve entregou mais um grande filme de ficção-científica e, se a sua sequela for da mesma qualidade, estamos perante um grande épico.

Sem comentários:

Enviar um comentário