Quando temos um novo filme com o argumento mais fresquinho de Aaron Sorkin é sensato estar de atento à sua data de lançamento. E é na Netflix que o argumentista volta pela segunda vez à cadeira de realizador, depois de “Jogo da Alta-Roda”, com um elenco de enorme qualidade e um tema interessante e pertinente.
O filme retrata o julgamento de 7 pessoas acusadas de causar os protestos violentos entre protestantes e a polícia, durante o Congresso Nacional Democrático de 1968, em Chicago.
Vou dizer aqui aquilo que pensei quando vi “Jogo da Alta-Roda”, pois volta a aplicar-se aqui: Sorkin é um melhor argumentista do que realizador. Embora, verdade seja dita, melhorou um bom bocado. A estrutura do filme não é linear, não temos os protestos seguidos do julgamento, mas sim os dois acontecimentos a ocorrerem ao mesmo tempo. E, em alguém menos capaz, tal podia criar uma grande confusão mas, felizmente, Sorkin consegue manobrar a ação de forma bastante competente e nunca nos deixa perdidos no que se passa.
O elenco também é impecável. Principalmente Sacha Baron Cohen pois, se de Eddie Redmayne e Joseph Gordon-Levitt já sabemos que podemos contar com bons desempenhos, o ator mais conhecido por “Borat” é um dos que mais se destaca. Mas quem rouba a cena é Mark Rylance que, inicialmente, transmite a ideia de ser uma personagem bastante contida mas que depois consegue roubar sempre a cena. E um ponto a favor a Frank Langella, que consegue fazer de um juiz verdadeiramente detestável.
O maior problema para mim foi que, embora seja um tema interessante, e mesmo pertinente para os dias de hoje, não me conseguiu prender a atenção durante todo o tempo. Porque, ao fim ao cabo, é um filme que já sabemos mais ao menos com que contar, sem praticamente grandes surpresas.
“Os 7 de Chicago” é uma grande mais-valia para o catálogo da Netflix e que certamente terá algumas nomeações na cerimónia dos Óscares (se é que ainda vai acontecer…).
Sem comentários:
Enviar um comentário