E bem.
Temos um remake de um dos maiores clássicos do cinema. Na verdade, não estou
totalmente contra a ideia; muito boa gente pode não ter visto/nem querer ver
por não ser algo "atual" e, aí, ao menos, um remake traz o nome à
cabeça das pessoas. E, provavelmente, será desta maneira que se calhar muita
gente vai ver o original porque muito raramente estas atualizações se conseguem
fazer valer. Este "Ben-Hur" até pode ser um filme minimamente
decente, só que este género de filmes nos últimos anos não tem conseguido
trazer nada de novo ou espetacular para as salas, por isso a expetativa também
já não é muita. Mas, como as lembranças do original já não são o que era, podem
ser duas horas bem passadas.
"Ben-Hur"
é melhor que o filme original? Nem de perto nem de longe. É uma total desgraça?
Isso também não. Tem alguns momentos que não fazem sentido e outros em que uma
pessoa começa a pensar: "Que raio está a acontecer?". Mas também tem
algumas cenas que estão bem conseguidas visualmente e as interpretações também
não são de deitar fora.
O ponto
alto tem de ser, claro, a corrida de quadrigas. É uma parte em que está sempre
à espera do que pode acontecer e qual a quadriga que vai dar uma cambalhota e
projetar alguém. Aí o filme consegue fazer-se valer. Mas, se tirarmos esta cena
e outra passada num barco, não há assim nada que destaque este filme dos
outros. Parece que Jerusalém consiste apenas numas casas ao lado de uma ravina
e pouco mais – pronto, é verdade, que nunca fui à dita cidade naquela altura (a
minha máquina do tempo está estragada) mas, mesmo assim, acho que devia ser
apresentada uma cidade um pouco mais composta. Aliás, este é um sentimento que
perdura durante o filme, uma sensação de vazio, de um filme que não se
distingue em nada, em que se torna num mais para a lista.
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