É um facto que filmes de terror de qualidade
não são exibidos há muito tempo na sala de cinema. Tenho uma pequena “teoria”
do porquê disso pode acontecer: nada supera a atmosfera de uma sala de cinema
para ver os filmes de terror. E, com a situação económica que vivemos, as
produtoras não acham rentável fazer um filme quase exclusivamente para o grande
ecrã. Mas agora sobre “Possuída”: será que é um filme de terror em que vale a
pena gastar o dinheiro do bilhete?
Sem
dúvida que sim. Mas certamente não é pelo atrativo do enredo. É fácil de saber
pelo título tudo o que se vai passar. Pai divorciado compra uma estranha caixa
com a filha, Em, numa venda de garagem e, pronto, miúda possuída por um
demónio. O que interessa mais não é o enredo em si, mas sim a maneira como ele
é desenvolvido e se consegue proporcionar algo de novo - o que não é fácil.
Contudo,
este filme consegue-o, pois consegue apresentar alguns sustos bastante bons e,
afinal, isso é tudo o que queremos num bom filme de terror. É interessante ver
a relação que se estabelece entre a pequena Em e a caixa e o modo como o seu
comportamento vai-se alterando.
A
prestação dos protagonistas, Em e o seu pai, está excelente, principalmente a
da pequena rapariga. Os atores secundários conseguem desempenhar bem o seu
papel embora a dada altura se tornem irrelevantes.
A
estrutura é a clássica dos filmes de terror, muito parado na primeira metade do
filme e mais movimentado na segunda metade. No entanto, há uma tentativa de
alterar isso logo nos minutos iniciais do filme.
Os
efeitos também estão a um nível bastante aceitável.
Um
filme de terror que não se deve perder pela qualidade dos sustos
proporcionados.
Nota:4/5
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