28/12/2021

Homem-Aranha - Sem Volta a Casa (Spider-Man: No Way Home - 2021)

          Será que mais algum filme do aranhiço teve mais rumores do que este? A partir do momento em que sabemos que o multiverso entra na conversa e que os trailers mostram vilões de filmes que não fazem parte da MCU, todas as possibilidades estão em aberto. Já para não falar na enorme campanha de publicidade que nos dava a impressão que estávamos perante o maior acontecimento do ano.
          Continuando imediatamente a seguir ao filme anterior, Peter Parker vê que a sua identidade foi descoberta e revelada ao mundo. Com isto, não só a vida de Peter mas também as vidas dos que lhe eram mais chegados começaram a entrar numa espiral descendente. Por isso, Peter pede ajuda a Dr. Strange, para que todos se esquecessem de que era o Homem-Aranha, mas o feitiço não correu bem e outros mundos começaram a entrar em colisão.
          Uma coisa que estava algo preocupado em relação ao filme era a implementação de Dr. Strange. Eu não queria que esta fosse uma aventura conjunta, mas sim um filme a sério do Homem-Aranha, e felizmente é isso que acontece. O poderoso feiticeiro só aparece no início para a aplicação do feitiço e depois, no final, servindo apenas como um desencadeador de acontecimentos em vez de ser uma personagem ativa na ação.
          Tendo em conta que, quando lançar este texto, a maior parte das pessoas, ou pelo menos, quem está mais interessado no filme, já o viu, irei, a partir daqui, falar de spoilers.
          Como já sabemos, temos vilões de outros filmes e, na maior parte, eles estão muito bem retratados e têm um bom desenvolvimento em relação aos filmes em que participaram. Mas isso só se aplica principalmente ao Duende Verde, que volta a ser impecavelmente interpretado Willem Dafoe, e Dr. Otto Octavius, com um grande Alfred Molina de volta. Estes são os que têm mais tempo de ecrã e com o maior destaque, contrastando com o Lagarto e o Homem-Areia que só lá estão para encher e criar mais elementos para combater.
          Porém, todas as atenções mudaram o foco a partir do momento em que entram em cena as versões de Peter Parker interpretadas por Tobey Maguire e Andrew Garfield. E com estas aparições, podemos ver, pela primeira vez, num filme em imagem real, três versões diferentes do aranhiço a interagirem umas com as outras. Não estava à espera que tivesse uma presença tão grande no filme. Esperava algo mais que cameos, mas não uma presença tão grande como aquela que foi. O melhor é que não os tiraram diretamente dos seus filmes, mas sim como se o tempo tivesse continuado, por isso, vemos Maguire mais velho e com mais experiência do que qualquer um, e Garfield que está a passar por um momento mais negro, desde que perdeu Gwen Stacy. Só que isso também foi um bom motivo para haver alguma redenção para algumas coisas que aconteceram nesses, serem resolvidas aqui.
          Com tanta coisa a acontecer - e, principalmente, por serem de filmes anteriores - pode dar a ideia que o pobre do Tom Holland fosse deixado para trás. Mas isso não podia estar mais longe da verdade. Mesmo com todas as “invasões” no seu filme, todo o protagonismo continua focado nele. É ele que tem de fazer as decisões mais complicadas e aquele que sofre mais com os acontecimentos. E, no fim, parece que finalmente temos na MCU a imagem de Homem-Aranha que estamos habituados. E mesmo ao lado dele continuam Zendaya e Jacob Batalon, como MJ e Ned respetivamente, a servirem-lhe de apoio ao longo de todas as provações.
          O argumento não é perfeito, principalmente quando começa a envolver multiversos, mas podia ter corrido muito pior. Porque aqui essa parte não é o elemento principal, mas sim o extra para o desenvolvimento da personagem.
          Ainda é muito cedo para dizer se este é o melhor filme que já tivemos do Homem Aranha, afinal de contas já vamos com nove deles, mas fica, sem dúvida, entre os melhores.

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