Após saber que iria existir uma versão cinematográfica deste livro de
J.R.R. Tolkien, passaram-me alguns pensamentos pela mente: "Guillermo del Toro como diretor,? Pode correr bem. Mudança para
Peter Jackson? Pode correr muito bem!"; "Divisão do filme em duas partes? Aceitável e, em certa medida, previsível. Divisão em três partes?! Já é esticar
muito a corda..." Mas vamos lá ver como correu esta primeira parte.
Quem leu o livro pode ficar
descansado. O filme retrata com uma fidelidade quase perfeita o livro. No entanto,inclui mais coisas mas já falaremos disso.
Tudo se passa 60 anos antes da história do primeiro filme da saga de “O Senhor dos Anéis”, com um cómodo e recatado Bilbo
Baggins prestes a embarcar numa aventura: ajudar 13 anões a restaurar o seu lar
que foi apoderado por um massivo dragão.
Pelo caminho, Bilbo vai encontra
criaturas como trolls e goblins e velhos conhecidos da trilogia original, tais como o rei elfo Elrond e Saruman, o Branco. O trajeto do pequeno hobbit é já o
esperado, primeiro mais receoso do desconhecido e, ao longo da aventura, muito mais destemido, surpreendendo tanto os seus companheiros como a si próprio.
Não fiquem à espera do mesmo tom
épico que nos outros filmes. Este é bem mais leve pois o próprio livro foi escrito
para um público mais jovem. Todos sabemos o que acontece quando se reúnem muitos anões de uma só vez: muita palhaçada e pancadaria. E, de facto, é o que acontece,
o que sem dúvida é o principal responsável pelo tom mais ligeiro do filme.
Agora, quanto às características
técnicas, posso dizer que o 3D, pronto, é o 3D, tem a sua graça. Em conjunto com a grande
novidade do filme, os 48 frames por segundo (48fps) - o dobro dos restantes filmes -, serve para criar atmosfera e ambiente mais brilhante , vivo e fluido, com alta qualidade, parecendo mesmo que estamos a presenciar a cena em pessoa, quer seja um grande plano de paisagem quer seja num momento com mais ação como nos combates. Contudo, nos momentos em que a câmara se mexe mais depressa, poderá criar alguma confusão. Quanto à versão 3D nos já vulgos 24 fps, esta é igual a tantas outras produções com esta tecnologia: alguns momentos que se nota a tridimensionalidade mas nada de transcendente.
Os efeitos especiais são completamente diferentes. Neste filme temos uma ampla utilização dos mesmos em
detrimento da caracterização, o que certamente vai dividir opiniões. Quanto aos restantes elementos do filme (como banda sonora, fotografia e interpretações do elenco) são
excelentes, o que por si só vale a ida ao cinema. Só um detalhe, este pequeno
passeio vai durar quase três horas, o que, numa sala de cinema, é um pouco
excessivo.
E a introdução de apêndices?
Vale a pena? Embora certamente fiquemos a saber mais sobre a Terra Média, não
são totalmente necessários e podem até nos distrair do enredo principal.
Um bom regresso a esta terra de
fantasia. Cá se fica à espera das outras duas partes.
Nota: 4,5/5
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