E parece
que temos mais um início de um universo cinematográfico. Este agora chama-se
“Dark Universe” e quer juntar, no grande ecrã, criaturas sobrenaturais, tais
como o Homem Invisível, o monstro de Frankenstein e a Múmia. E é neste último
que tudo começa, como Tom Cruise como cabeça de cartaz e Sofia Boutella como o
ser do antigo Egipto. Não me agrada que seja mais um filme de ação em grande
escala em vez de um de horror mas, por outro lado, os de Brendan Fraser também
não o eram e diverti-me consideravelmente com eles.
Quando se tem Tom Cruise no
elenco, é natural que o grande foco esteja virado para ele, o que não é mau de
todo, porque ainda estamos perante uma das poucas verdadeiras estrelas de cinema.
E aqui continua a não desapontar, com uma interpretação em que dá todo o seu
carisma e, como não podia deixar de ser, o homem está sempre a correr. O
problema é que assim tira tempo de antena para o vilão do filme. Sofia Boutella
é uma boa múmia, só que assume mais uma presença física e ameaçadora do que
propriamente uma vilã com o qual se tenha uma grande conversa intimidadora. O
que é um desperdício da atriz que também consegue, de facto, atuar, como é
possível ver no último “Star Trek”.
Annabelle Wallis, como a
arqueóloga que sabe sobre o passado da múmia Ahmanet, também faz um bom papel;
não foi relegada para uma personagem que precisa de ser constantemente salva e
consegue dar algum contributo para o desenvolvimento do filme. E, como num bom
universo cinematográfico, temos o elemento que provavelmente vai interligar
todos os filmes, nomeadamente Prodigium liderada por Russell Crowe, que
interpreta Dr. Henry Jekyll/Mr. Hyde, num bom desempenho, mas as mudanças de
personalidade não foram fisicamente espetaculares, também não tinha de ser como
no “A Liga dos Cavaleiros Extraordinários”, mas algo com um pouco mais de
destaque não tinha feito mal nenhum.
Há aqui a tentativa de misturar
grandes cenas de ação, com horror e alguma comédia. Só que, com tantas
misturas, muita coisa se perde, muitas das tiradas cómicas não têm piada
nenhuma (isto, claro, é subjetivo, este até pode ser para alguns o filme mais
hilariante do ano, embora duvide muito), tem alguns momentos mais “creepy” mas
nada de por aí além. As sequências de ação é que correm melhor, embora em
algumas tenha demasiada edição.
A história também não é nada de
extraordinário, nem que marque profundamente. É boa o suficiente para fazer o
filme andar, embora algumas coisas não tenham assim muito sentido. Tem um
curioso easter egg para os mais atentos, relativo aos filmes de Brendan Fraser…
A Múmia não é propriamente um
grande filme para iniciar um universo cinematográfico mas, mesmo assim,
consegue ser um filme de ação competente para ver este verão.
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