13/10/2014

Em Parte Incerta (Gone Girl - 2014)



                Parece que a época dos Óscares está oficialmente aberta. O primeiro candidato parece ser o último filme de David Fincher, que aqui vai adaptar para o grande ecrã a obra de Gillian Flynn. Com várias críticas positivas e um grande hype à sua volta, chegou a altura de darmos a nossa opinião.
                Quando a sua esposa é raptada e se torna o centro das atenções de todas as notícias, toda a vida de Nick vai ser posta ao descoberto e julgada.
                Acho que este é um daqueles filmes que consegue cativar pelo facto de termos várias reviravoltas ao longo de todo o enredo. O argumento é de grande qualidade mostrando que, enquanto o casal namorava, tudo corria bem e pelo melhor mas, após o casamento, a sua relação vai-se tornado cada vez mais tóxica. Não se pode propriamente dizer que seja um filme aconselhado para casais pois, em situações extremas, mostra o que pode acontecer quando as coisas começam a correr mal (e também ajuda ser um bocado psicopata). O facto de Gillian Flynn ter sido a responsável por adaptar a sua obra para o ecrã também ajudou.
                Este também foi um palco para vermos grandes interpretações. E – finalmente! - temos Rosamund Pike a fazer uma interpretação que é de louvar com a sua Amy, uma personagem que está sempre a surpreender e que precisava de uma grande interpretação para ser memorável, o que Pike consegue aqui. Não nos podemos esquecer, claro está, de Ben Affleck também a funcionar a todo o gás, ao representar uma personagem que tanto pode ser agradável como hostil como arrogante. Seria grande falha se não destaca-se, no elenco, a boa prestação de Carrie Coon como irmã de Nick. Já Neil Patrick Harris não tem um ar suficientemente ameaçador para o papel que desempenha.
                David Fincher consegue, mais uma vez, um excelente trabalho. Toda a ambiência sombria e o modo como trata os média são coisas a que já estamos habituados a ver nos filmes deste grande realizador. Todo o desenrolar da ação está bem coordenada e deixa-nos sempre presos ao ecrã.
                Uma mistura de incríveis prestações, um grande argumento e um brilhante realizador que fazem “Em Parte Incerta” um filme obrigatório.


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