14/06/2022

The Batman (2022)

          Parece que temos mais versão de uma das personagens mais conhecidas da DC Comics. Vai afastar-se da versão criada por Zack Snyder e criar a sua própria continuidade. Desta vez, o responsável por esta versão foi Matt Reeves, que nos trouxe os últimos dois “Planeta dos Macacos”, e Robert Pattinson, o protagonista desta vez.
          Quando um assassino em série chamado Riddler começa a matar políticos influentes na cidade de Gotham, Batman vê-se obrigado a mergulhar na rede de corrupção que envolve toda a cidade, que chega mesmo a relacionar a família Wayne.
          A sério, isto agora é uma competição para ver quem consegue trazer o filme mais escuro desta personagem? Não tiveram dinheiro para ligar as luzes? É que o filme é incrivelmente escuro. Eu entendo a escolha estilística para o fazer. Reeves quis criar um ambiente de um filme noir, onde o principal é a vertente detetive da personagem, que habita numa cidade cheia de corrupção e desgraças e onde está sempre a chover. Mas, por favor, paguem a conta da luz para se conseguir distinguir a incrível fotografia que o cinematógrafo Greig Fraser nos quer mostrar.
          Este filme segue também a nobre tradição de críticas em relação à escolha de ator para o papel principal, tendo sido assim desde Michael Keaton até agora com Robert Pattinson. Porque as pessoas ficaram com a ideia que o ator não evoluiu desde “Twilight” e claramente não viram mais nenhum filme dele, porque senão todas as dúvidas que não é um grande ator já teriam sido dissipadas. Mas, mesmo assim, será que consegue trazer esta icónica personagem ao grande ecrã? Sim, porque ele está muito bem enquadrado no desenvolvimento da personagem, já que este é um Batman que ainda está no início da sua jornada como vigilante. E, embora quando mascarado, o ator faz um trabalho muito convincente, já como Bruce Wayne acho que a coisa podia ter corrido melhor, é verdade que ele quase não aparece (o que para mim também é uma falha), mas quando está parece um miúdo rico que está a passar pela fase gótica.
          O restante elenco é impecável. Paul Dano traz-nos uma versão bastante diferente do Riddler de Jim Carrey, que é muito mais apropriada a este tipo de filme, e que mostra o quão implacável este vilão pode ser. Também temos um Colin Farrell praticamente irreconhecível como o Pinguim, que tem um bom desempenho mas que dá a sensação que vai ser mais utilizado em futuros filmes/séries. Também temos uma nova Catwoman, interpretada por Zoë Kravitz, com uma interpretação mais séria da personagem e que para mim fica no meio entre as versões de Michelle Pfeiffer e a de Anne Hathaway. Andy Serkis a fazer de Alfred também foi uma escolha de casting inspirada.
          Em tantas versões desta personagem que já apareceram no grande ecrã, é incrível que só tenhamos uma aventura que se foque mais na sua vertente como detetive. Porque Reeves conseguiu entregar aqui um grande filme, nem que seja no sentido literal da palavra, já que desta vez a duração é de praticamente 3 horas, o que para mim também já começa a entrar no campo do exagero. Mas, o melhor do filme, é conseguir criar todo um ambiente que nos envolve e que tem uma fotografia impressionante.
          Não é o melhor filme do cavaleiro das trevas que já vi mas é um grande início, que me deixa muito esperançoso para as futuras sequelas.

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