Falar do
último filme de Darren Aronofsky sem entrar em alguns pormenores da história é
complicado mas vou tentar fazer o meu melhor para que isso não aconteça. O
realizador sempre nos habitou a experiências diferentes, e “Mãe!” é sem dúvida
alguma muito diferente.
A relação
de um casal é testada quando pessoas não convidadas começam a entrar em sua casa,
interrompendo a sua calma existência.
Primeiro de
tudo: se, pelos trailers e informações do filme, pensam que vamos ver algo
dentro do género horror/thriller, estão muito bem enganados e logo aí assinalo
um ponto negativo na caderneta.
Tudo bem, o
filme é uma grande metáfora que envolve Deus, a Natureza e a Humanidade, só que
isso tem um enorme problema: estas informações não nos são fornecidas durante o
filme. Nada contra em usar um pouco da massa cinzenta para compreender o que
nos está a ser mostrado mas daí a nem se saber quem são as personagens ainda
vai um esticão. Porque só sei quem de facto são as personagens do filme depois
de fazer uma pesquisa sobre ele, o que não deveria acontecer pois, por muita
que seja a vontade de quer criar algo artístico, não deve ser a norma não fazer
a mínima ideia do que se está a passar.
Passando
esse “pequeno” detalhe à frente, depois de saber quem são os intervenientes do
filme, a coisa já começa a fazer sentido e a ser minimamente coerente. Só que,
mesmo assim, não há nada que nos prenda a atenção, nada que nos deixe
empolgados sobre o que vai acontecer. Só uma sucessão de cenas macabras que,
passado pouco tempo, deixam de criar impacto e interesse.
Aquilo que
nos prende são as interpretações. Ver como funciona a relação entre Jennifer
Lawrence e Javier
Bardem e
entender o que raio se passa, é um grande ponto positivo. São grandes
desempenhos e que mostram aquilo que os atores são capazes.
Entendo a
ideia que Darren Aronofsky quis transmitir, só que o modo como a fez não é o
mais eficiente. Quem não fizer o trabalho de casa vai ficar perdido nos
acontecimentos e, repito, um bom filme não nos deixa assim desamparados.
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