30/03/2017

Power Rangers (2017)



                Este é aquele filme em que a nostalgia (marca bem a sua presença) está com a maior força. Quantos leitores se lembram das inúmeras manhãs de sábado e domingo passadas a ver esta série na SIC? Claro que agora, olhando para trás, parecia que nada daquilo fazia sentido e é mesmo esse o seu “charme” e é isso que estava à espera que o filme conseguisse capturar, mas com melhores efeitos e história.
                Um grupo de cinco adolescentes, numa pacífica aldeia piscatória, ganha os únicos poderes (ou poderes únicos? É que é diferente…) dos Power Rangers e têm de salvar o mundo de Rita Repulsa.
                Por aquilo que os trailers mostravam, parecia que íamos ter uma visão diferente, mais ao estilo de “Crónica”, com um tom mais negro e com uma maior profundidade das personagens. O que é bom sinal mas também queria algumas semelhanças com a série, porque senão não faria muito sentido em se chamar Power Rangers, e felizmente é isso que acontece.
                E tudo correu melhor do que o esperado. Na maior parte do filme, os protagonistas nem se transformam: o tempo é aproveitado para os conhecermos, para eles criarem relações entre si e treinarem. Uma mudança agradável, deixando as batalhas com as armaduras e os gigantes Zords para o terceiro ato, onde se notam as maiores parecenças com a série original. Desde as músicas até às sequências de combat,e tudo lembra a diversão e também falas ridículas de antigamente.
                As prestações da equipa também são surpreendentemente boas. Nada que mereça Óscares mas, mesmo assim, interpretações de valor por parte de Dacre Montgomery, Naomi Scott, RJ Cyler, Ludi Lin e Becky G. Bryan Cranston, como o sábio Zordon, e Bill Hader, como Alpha 5, também estão dentro das personagens originais. O problema está na vilã, interpretada por Elizabeth Banks. A sua Rita Repulsa é incrivelmente exagerada em tudo e, mesmo que isso esteja mais dentro do tom da série, tal não combina muito bem com o resto do filme.
                “Power Rangers” foi uma agradável surpresa, conseguiu ser um bom filme em algo que podia ser muito piroso. Claro que tem que se ir ver sabendo, minimamente, o que se espera para não ir ao engano mas, mesmo assim, este é um franchise que tem um bom começo.


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