28/11/2016

Sete Minutos Depois da Meia-Noite (A Monster Calls - 2016)



                 Já começou aquela altura do ano em que, aos poucos, vão chegando aqueles filmes que tentam ser nomeados para conquistar a estatueta dourada em Fevereiro. Uns são mais descarados que outros nesta tentativa. O último filme de J.A. Bayona pode tentar entrar na corrida mas longe de ser favorito.
                Pelos trailers, parecia que não íamos ver muito do monstro, o que não é algo que me agrade de todo pois, afinal, estamos a falar de um elemento diferenciador do filme. Mas, felizmente, temos a sua presença por mais tempo do que esperava inicialmente - não quer isto dizer que ele está em 90% do filme, mas sim em mais cenas do que eu esperava inicialmente. E, em termos de design e incorporação com o ambiente, tem grande qualidade, transpira poder e sabedoria por tudo o que é ramo, tendo para ajudar a voz de Liam Neeson.
                A interpretação do jovem Lewis MacDougall é bastante boa. Acho que com a sinopse do filme já deu para perceber que não é algo propriamente alegre e, aí, MacDougall consegue transmitir o sofrimento pelo qual está a passar, e até um pequeno segredo que esconde. Para Felicity Jones, esta é a primeira de duas aparições que vai fazer no grande ecrã neste final de ano porém, nesta primeira prestação, a coisa fica morna. Não que interpretar uma pessoa com cancro seja fácil de alguma maneira mas Jones é quase um figurante, que serve de motivação para o nosso protagonista avançar na história. Já Sigourney Weaver tem uma personagem mais desenvolvida com o qual, inicialmente, não simpatizamos muito mas que, com o desenrolar da história, conseguimos ver um lado mais humano. E Toby Kebbell foi muito desaproveitado para aquilo que apareceu (mais-valia a personagem não ter aparecido!).
                O monstro está incrivelmente bem detalhado e a sua mistura com o meio envolvente também é algo que vale a pena ser visto. A maneira como todas as histórias, por ele contadas, são representadas, visualmente, em tom de aguarelas, a um estilo algo semelhante ao de Tim Burton, dão outra vida ao filme.
                Mas, no final, o filme não satisfaz por aí além. Está bem representado e com bons visuais mas a história simplesmente não puxa. Mesmo com o elemento diferenciador, este “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” não é um filme que dê muita vontade de rever.


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