Já
começou aquela altura do ano em que, aos poucos, vão chegando aqueles filmes
que tentam ser nomeados para conquistar a estatueta dourada em Fevereiro. Uns
são mais descarados que outros nesta tentativa. O último filme de J.A. Bayona
pode tentar entrar na corrida mas longe de ser favorito.
Pelos
trailers, parecia que não íamos ver muito do monstro, o que não é algo que me
agrade de todo pois, afinal, estamos a falar de um elemento diferenciador do
filme. Mas, felizmente, temos a sua presença por mais tempo do que esperava
inicialmente - não quer isto dizer que ele está em 90% do filme, mas sim em
mais cenas do que eu esperava inicialmente. E, em termos de design e incorporação
com o ambiente, tem grande qualidade, transpira poder e sabedoria por tudo o
que é ramo, tendo para ajudar a voz de Liam Neeson.
A
interpretação do jovem Lewis MacDougall é bastante boa. Acho que com a sinopse
do filme já deu para perceber que não é algo propriamente alegre e, aí, MacDougall
consegue transmitir o sofrimento pelo qual está a passar, e até um pequeno
segredo que esconde. Para Felicity Jones, esta é a primeira de duas aparições
que vai fazer no grande ecrã neste final de ano porém, nesta primeira prestação,
a coisa fica morna. Não que interpretar uma pessoa com cancro seja fácil de
alguma maneira mas Jones é quase um figurante, que serve de motivação para o
nosso protagonista avançar na história. Já Sigourney Weaver tem uma personagem
mais desenvolvida com o qual, inicialmente, não simpatizamos muito mas que, com
o desenrolar da história, conseguimos ver um lado mais humano. E Toby Kebbell foi
muito desaproveitado para aquilo que apareceu (mais-valia a personagem não ter
aparecido!).
O
monstro está incrivelmente bem detalhado e a sua mistura com o meio envolvente
também é algo que vale a pena ser visto. A maneira como todas as histórias, por
ele contadas, são representadas, visualmente, em tom de aguarelas, a um estilo
algo semelhante ao de Tim Burton, dão outra vida ao filme.
Mas, no
final, o filme não satisfaz por aí além. Está bem representado e com bons
visuais mas a história simplesmente não puxa. Mesmo com o elemento
diferenciador, este “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” não é um filme que dê
muita vontade de rever.
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