Como
agora não se pode deixar morrer qualquer franchising, até admira que tenha
demorado cinco anos para vermos algo relacionado com o mundo mágico de Harry
Potter. Ao menos, não temos algo diretamente ligado com o conhecido
protagonista, já que, aqui, a ação se passa 70 anos antes do aparecimento do
Rapaz que Sobreviveu. Com o argumento a cargo de J.K.Rowling, a realização de
David Yates (que fez os últimos quatro filmes da saga), um elenco cheio de gente
conhecida e bons trailers este pode ser um novo início para a magia no cinema.
No ano
de 1926, o britânico Newt Scamander chega a Nova Iorque com uma mala cheia de
criaturas mágicas. Porém, um encontro com um Semmag (o nome que os americanos
dão aos muggles) faz como que várias dessas criaturas se espalhem pela cidade,
o que vai levar Newt numa busca por elas.
É
verdade que pode ser algo injusto a comparação deste filme com os oito do Harry
Potter, já que as personagens são completamente diferentes e a história não
possui qualquer relação direta, mas só que é impossível não o fazer. Primeiro
que tudo, ajuda ter visto os filmes anteriores, pois parte-se do princípio que
conhecemos este mundo e todas as suas peculiaridades, em que a chave do
fascínio vai passar pela mudança de continente e de tempo. Ver como funciona o
mundo mágico na América dos anos 20 foi bastante interessante e deu para ver
outro tipo de mentalidade. Não que novos espetadores fiquem totalmente perdidos
com o que está a acontecer mas poderá fica mais difícil de entender as magias
que vamos vendo. O público alvo também não é bem o mesmo. Não vai ser uma nova
saga para os adolescentes mas assim para aqueles que o eram quando foram quando
viram os primeiros filmes.
A
história que dá nome ao filme é excitante o suficiente para ser um filme
standalone e pronto, acabou, next. Mas, depois da notícia que ia ser o início
de uma trilogia, que depois passou para cinco filmes, notava-se logo que ia
haver histórias secundárias pelo meio. E, isto para mim, foi um problema pois a
história secundária de Grindelwald e do seu crescente reino de terror (um pré
Voldemort, digamos assim) cria bastantes problemas de andamento à história principal.
Passamos de apanhar criaturas para, no instante seguinte, termos algo muito
parado.
Passando
isso à frente. Newt Scamander é uma personagem bastante caricata (talvez
demais?), com alguns tiques e peculiaridades, muito bem protagonizado por Eddie
Redmayne. Nota-se o seu apreço pelos seres mágicos e que só quer que o restante
mundo mágico os entenda melhor. A parte cómica é trazida pelo Semmag que
acompanha o protagonista, Jacob Kowalski, que, em algumas situações, chega a
ser um pouco irritante mas, na maior parte do tempo, consegue ser uma grande
personagem e fazer uma boa parceria com Scamander. A fazer companhia ao duo
temos as irmãs Tina e Queenie, que trazem uma boa dinâmica e nos apresentam
este outro continente mágico e os seus segredos. A entrada de Colin Farrell
para esta saga é muito bem-vinda (aliás, onde quer que ele entre é sempre
bem-vindo), como o auror Graves, que está a investigar todos os estranhos
acontecimentos que se andam a desenrolar pela cidade que nunca dorme. Já a
personagem de Ezra Miller não me caiu propriamente bem, principalmente com o
que depois fazem com ele no desenvolvimento do filme.
Temos
aqui mais ação, mais feitiços, mais mistérios, mais criaturas e mais um ponto
de início para uma nova aventura. Não fossem os problemas que já disse, tinha
apreciado muito mais o filme (não que seja mau!) mas serve como um ponto de
partida morno e que tem por onde melhorar nas sequelas.
Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los: 4*
ResponderEliminarO melhor do filme é claramente o seu elenco e as variadas criaturas existentes no seu enredo.
Cumprimentos, Frederico Daniel.