23/04/2015

Capitão Falcão (2015)



                Os filmes de super-heróis estão em grande nos dias de hoje, e bem que já era altura de Portugal ter o seu próprio herói, neste caso o Capitão Falcão. Mas há sempre aquele receio, que o filme seja uma total desgraça, embora os trailers não o pareçam indicar.
                Em pleno domínio do Estado Novo é preciso alguém para proteger António de Oliveira Salazar, e não há ninguém melhor para esse trabalho do que o mais português dos portugueses, o Capitão Falcão, que vai tentar livrar o país dos comunistas.
                Aqui temos uma incrível sátira daquilo que foram os finais dos anos 60, e mesmo dos dias de hoje. As quantidades de referências existentes são enormes, desde a série de televisão de Batman dos anos 60, até aos Power Rangers.
                Em termos de comédia, o filme é bastante bom, tanto na sua comédia física (em praticamente todas as cenas de ação), como nos diálogos (uma versão de bad cop/good cop que envolve pastelaria).
    O melhor do filme é, sem dúvida, o seu protagonista, interpretado por Gonçalo Waddington, que transmite uma incrível personalidade a esta personagem, pegando nos maiores traços das pessoas na altura, e tornando-os cómicos para os dias de hoje (“Não há nada pior do que uma mulher que pensa que é um homem”).
    Claro que ajuda se o espetador tiver algumas noções sobre política básica. Mas, mesmo que não as tenha não quer dizer que não vai entender o filme, apenas que algumas piadas sobre o fascismo e comunismo podem passar ao lado.
                O problema é que chega uma altura em que a exagerada paródia começa a ser demais. Exceto isso José Leitão fez um grande trabalho em trazer esta personagem para o grande ecrã.
                Pode ser que comece aqui uma revolução do cinema comercial português.


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