“Temos
de Falar Sobre Kevin” é um filme um pouco invulgar, na medida em que retrata
assuntos que não são muito comuns de se encontrar em enredos cinematográficos,
em grande parte devido à sua polémica. Neste caso, são abordados crimes na
adolescência, mais propriamente massacres nas escolas, e a relação entre mãe e
filho.
Kevin é
um filho fruto de uma gravidez indesejada, apenas mantida por vontade do pai. E
desde o seu nascimento, a sua mãe, Eva, não disfarça muito a falta de amor que
sente pelo seu pequeno filho. Kevin mostra igualmente um comportamento um pouco
estranho, sendo muito mais desagradável para a sua mãe do que para o seu pai.
Tal comportamento persiste até a sua adolescência, onde irá cometer um massacre
na escola onde anda.
O filme
passa-se em dois espaços temporais diferentes, um anterior ao nascimento de
Kevin e um outro após o massacre, já com ele preso, onde mostra a mãe dele
totalmente destroçada e ostracizada pela maioria das pessoas. Embora esta
segmentação seja uma opção interessante por parte da realização, esta estrutura
não resulta muito bem, pois a uma certa altura uma pessoa pode perder-se um
pouco, com dificuldade em entender o que é presente e o que é passado, o que
poderá interferir com a compreensão do fio narrativo.
Mas
este filme quer é deixar o seu visualizador a pensar, pois fala sobre um tema
polémico. Será que Kevin adquiriu o seu comportamento sociopata devido ao
tratamento da sua mãe ou é algo que veio dele próprio, sem relação alguma com
as suas origens...?
Todas
as personagens estão excelentemente bem representadas, dando uma boa fidelidade
ao filme.
A
mensagem é bem veiculada e transmitida pelo elenco, sendo um bom filme dramático
que quer deixar quem o vir a refletir...
Nota: 3,5/5
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