Steven
Spielberg volta a entrar em ação nos blockbusters com uma adaptação que promete
trazer uma enorme dose de nostalgia. O único problema é se o filme será,
simplesmente, um depósito incoerente de referências ao invés de um filme com
cabeça, tronco e membros. Mas, felizmente, estamos nas mãos de um dos melhores
realizadores de sempre, por isso, há esperança!
Estamos no
ano de 2045 e o mundo não é um lugar muito agradável. Por isso, toda a gente
passa a maior parte do seu tempo no OASIS, um mundo de realidade virtual, onde
podes ser e fazer tudo o que quiseres. A aventura começa quando o criador deste
mundo morre e deixa no jogo pistas que conduzem ao controlo de toda essa
herança e a uma imensa fortuna. E claro que todos irão embarcar nesta busca.
Não posso
fazer a comparação com o livro porém o filme é uma incrível aventura. Temos uma
quantidade enorme de referências de cinema, videojogos e da cultura pop que
enriquecem a experiência para quem as descobre. Felizmente, para quem não as
reconhece, consegue-se desfrutar na mesma do filme, já que cria o seu próprio
enredo independente.
Para quem
possa estar preocupado que toda a ação se passa no OASIS, pode estar
descansado, já que muito do tempo também decorre no mundo real (e,
aparentemente, essa é uma das diferenças relativamente ao livro). Tal serve
para nos ligarmos mais às personagens, quando passarem para o mundo digital.
Posso dizer que todo o elenco está muito bom, com Tye Sheridan a comandar a
ação. O que não gostei tanto foi do vilão de Ben Mendelsohn, não por culpa do
ator, mas da personagem em si, que não é ameaçadora e torna-se algo cartunesca.
Os efeitos especiais estão
incríveis e merecem ser totalmente apreciados no grande ecrã a 3D. Todas as
referências têm um propósito claro para estar lá e não estão apenas por estar.
A melhor de todas é capaz de ser a referente ao “The Shinning” - e mais não
digo para não estragar a surpresa. Uma coisa que me deixou a pensar no fim da
sessão é se daqui a 10 a 20 anos este filme vai conseguir cativar visualizações
de outra geração, pois muitas das referências simplesmente já não vão ser
lembradas. Não estou a falar naquilo que vemos relativo a “Regresso ao Futuro”,
“King Kong” e Batman, que já fazem parte da nossa cultura por várias décadas,
mas muitas das personagens de videojogos de agora provavelmente não vão fazer
parte do nosso léxico cultural. Contudo isso não retira todo o valor da
aventura apresentada.
Spielberg volta a mostrar que
consegue fazer tudo, passando do drama “The Post” que estreou recentemente até
um blockbuster recheado de efeitos visuais. Pode ser que o próximo Indiana
Jones até corra bem.
“Ready Player One - Jogador 1” é
uma grande aventura, cheia de referências à cultura pop, que merece uma saída
até ao cinema mais próximo.
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