Meu Deus! A
tinta que este filme fez correr ainda sem sequer ter sido lançado... Na linha
das acusações de assédio sexual que envolviam Kevin Spacey, o ator acabou por
ser substituído por Christopher Plummer. E tudo isto sem alterar a data de
lançamento, pois o realizador Ridley
Scott pensava que tinha um grande produto para arrecadar umas estatuetas
douradas (e, de facto, Plummer teve direito a uma nomeação como melhor ator
secundário). Mas se, por ventura, a merecia, é outra história completamente
diferente.
Em 1973,
John Paul Getty III foi raptado nas ruas de Roma, com os raptores a exigirem um
avultado resgate ao avô do rapaz, J. Paul Getty, o homem mais rico de mundo,
que não está muito inclinado em fazê-lo.
Entendo a ideia da Academia em
querer mandar uma mensagem positiva por Scott ter substituído Spacey como J.
Paul Getty mas sinceramente Plummer não faz uma atuação digna de nomeação. Não
digo que tenha um mau desempenho mas nunca o consideraria como uma das cinco
melhores atuações do ano, principalmente num papel facilmente substituível.
Tirando isso, “Todo o Dinheiro do
Mundo” não fascina. Para começar, é demasiado longo, são mais de duas horas de
fita e sem qualquer necessidade. Não vou revelar a história mas a parte final é
completamente desnecessária, aliás, nem faz parte do que aconteceu realmente. E
não sou nada contra acrescentar coisas à história “original” logo que
beneficiem o filme, o que não acontece no caso.
A história é interessante, mas
não prende o suficiente. Getty é como um Tio Patinhas, que tem todo o dinheiro
do mundo, mas é incrivelmente forreta, que nem com o rapto do seu neto favorito
é capaz de abrir os cordões à bolsa para o salvar. Michelle Williams e Mark
Wahlberg fazem um bom trabalho contudo, sinceramente, não é nada de
espetacular. Quando me recordo que existiam ideias em fazer uma campanha para
Williams ser nomeada para melhor atriz, quase que rio, ainda mais se a
compararmos com a sua prestação em “Manchester By The Sea”! O que foi
surpreendentemente interessante foi a relação criada entre o raptor e o
raptado.
Uma coisa na qual o filme foi bem
sucedido foi em nos transportar para aquela época. Todo o design de produção
nos deva para os anos 70 de forma muito bem executada.
“Todo o Dinheiro do Mundo” bem
que precisava de toda a polémica para chamar as pessoas já que, como filme, não
é assim nada de especial.
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