05/03/2015

Chappie (2015)



                O realizador sul-africano Neill Blomkamp continua a investir em força na ficção-científica (e verdade seja dita, alguém tem de o fazer), numa tentativa de replicar o sucesso de “Distrito 9”. “Elysium” não conseguiu essa tarefa, por isso cabe ao robô “Chappie” tentar a sua sorte.
                Num futuro próximo, o elevado índice de crime de Joanesburgo obriga a polícia a utilizar robôs para patrulhar a sua cidade. Porém, o seu criador Deon quer dar mais um passo à frente ao criar o primeiro robô com consciência (Chappie).
                E sem dúvida nenhuma é Chappie que consegue roubar toda a atenção e ser o grande protagonista. A combinação da voz de Sharlto Copley com a animação está a um grande nível. Copley consegue transmitir na voz, inicialmente, a inocência e ingenuidade de quem não sabe nada e está a aprender, e ao longo do filme vai-se tornando cada vez mais confiante. A sua interação com as personagens é muito cativante e dá vontade de conhecer ainda mais esta personagem, que consegue brilhar tanto nas cenas mais emotivas como nas que metem mais ação.
                O problema é o restante elenco. Dev Patel e Yo-Landi Visser até conseguem ser interessantes, mas não sobressaem. Ninja e Jose Pablo Cantillo são personagens apenas irritantes, Hugh Jackman não consegue calhar bem como um vilão e Sigourney Weaver foi incrivelmente mal aproveitada (o que parece ser a sua função nos últimos filmes em que entra).
                O grande problema é que o filme só sobrevive graças ao protagonista. A ambientação é praticamente igual aos últimos filmes do realizador, não trazendo nada de novo para a mesa, e mesmo o argumento podia ter sido mais trabalhado – a parte final não me caiu da melhor forma.
                Não deixando de ser um bom filme, “Chappie” merece ser visto nem que seja pelo seu protagonista mecânico.


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