Porque o Cinema se
traduz e se faz acima de tudo através de movimentos, identidades e
pluralidades, estruturo e exponho os "Filmes que (mais me) marcaram"
segundo as culturas e/ou vertentes principais que tive, até à data, a
oportunidade e o privilégio de conhecer e, a partir daí, de abrir portas para
os diferentes e múltiplos sentidos que o Cinema pode expressar, no que
influenciou e define construtivamente hoje em dia a minha cinefilia. Sem
referenciar todos, apenas os mais importantes e fracturantes, e sem qualquer
ordem de preferência, ei-los:
The Lion King (1994), de Roger Allers e Rob Minkoff
O filme que
me despertou para o audiovisual, para a animação séria, competente e capaz de
incentivar e incendiar as repetições e as emoções.
Jurassic Park (1993), de Steven Spielberg
O filme que
me ofereceu o entretenimento voraz, efusivo e espectacular de Hollywood, e
aquele que motivou a inesgotável imaginação.
The Lord of the Rings (2001-2003), de Peter Jackson
O filme (a
trilogia) que me apresentou o Cinema, o potencial e verdadeiro Cinema e todo o
trabalho de produção, onde o espectáculo se alia à Arte de contar e explorar
uma história e todo um universo possível e passível de ser transposto para a
memória.
El Laberinto del Fauno (2006), de Guillermo
del Toro
O filme que
me abriu as portas para a versatilidade e para a pluralidade de línguas, de
origens e de culturas no Cinema (ainda que se inserindo, em parte, na
dominante).
Per Un Pugno di Dollari (1964), de Sergio Leone
O filme que
me deu a conhecer outros conceitos e outros acabamentos nesta área,
nomeadamente os chamados filmes de Série B (e por aí adiante), em especial o
género e sub-géneros do Western.
12 Angry Men (1957), de Sidney Lumet
O filme que
me catapultou, literalmente, para os clássicos do Cinema, no seu largo e
diversificado espectro, em particular para a época de ouro de Hollywood, mas
não só.
Sunrise: A Song of Two Humans
(1927), de F.W. Murnau
O filme que
me mostrou e me demonstrou o poder, a influência e a beleza do Cinema mudo, a
sua forma, o seu estilo, a sua presença, a sua diferença e o seu papel decisivo
para a evolução e para a compreensão da Sétima Arte.
Ivan's Childhood (Ivanovo
detstvo) (1962), de Andrei Tarkovsky
O filme que
me induziu e me atraiu para o Cinema mais filosófico, mais espiritual ou mais
artístico, digamos. Aquele que me sugeriu e me levou a descobrir, ainda hoje,
cineastas de outra estirpe, de outro Cinema mais alternativo.
Hero (Ying Xiong) (2002), de Yimou Zhang
O filme que
me estimulou para o Cinema Oriental, para o outro lado, para outro tipo de
cultura, de abordagem e de pensamento, que nunca se esgota e que imprime
invariavelmente o seu cunho de realidade e ficção.
Le Mépris (1963), de Jean-Luc Godard
O filme que
me concedeu o entendimento e a exploração da Nouvelle Vague, um dos principais, senão o principal, movimento que
o Cinema já (se) desenvolveu.
Roma, Città Aperta (1945), de Roberto
Rossellini
O filme que
me suscitou a descoberta do Neorrealismo Italiano, movimento ímpar na história
do Cinema, que impulsionou e "paternalizou" posteriormente muitos e
bons realizadores.
Late Spring (Banshun) (1949), de Yasujirô Ozu
O filme que
me ensinou retroactiva e genuinamente o Cinema de Autor, puro, belo, autêntico
e sincero como nenhum outro tipo de fazer e ver Cinema. Do mais legítimo e
natural que possa haver.
Stagecoach (1939), de John Ford
O filme que
me revelou decisivamente a força da referência e da influência que determinados
filmes ou autores possuem e que depois arremessam a toda uma série de registos
além fronteiras (temporais e espaciais).
Aniki Bóbó (1942), de Manoel de
Oliveira
O filme que
me introduziu, de uma vez por todas, no Cinema Português e na sua qualidade e
originalidade, capaz, como todos, de emocionar, de consciencializar, de
entreter e de ensinar.
Obrigado pelo convite e pela oportunidade em colaborar. O desafio foi interessante e muito prazeroso, pelo que a Sala3 está de parabéns pela bela iniciativa, tal como a blogosfera em geral só pode agradecer por se sentir desta forma refortalecida.
ResponderEliminarCumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
Bela Lista Jorge! Gosto especialmente da inclusão do Ivan's Childhood e do Sunrise :)
EliminarCumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori