“The Matrix” (1999)
Quem acompanha as minhas escritas
pela Internet está farto de saber
que o filme que mais me influenciou, que despoletou o interesse pela sétima arte num adolescente imberbe
foi o perfeito Jurassic Park. Por isso, hoje abordo um filme que me marcou,
quando já trazia na
bagagem muitos mais filmes e referências. Falo de “The Matrix”. O filme dos irmãos Wachowski estreou há apenas
década e meia, mas o panorama cinematográfico era bem diferente. A Internet não
era tão rápida e acessível como hoje, o grande público não sabia as novidades e
pormenores das filmagens quase em tempo real, como actualmente. Claro que já
havia sites sobre cinema, mas em geral o público ainda tomava conhecimento
sobre um filme através de revistas ou quando o trailer passava no cinema ou na
televisão. E apesar de eu nessa época ser um espectador atento ás novidades,
foi com quase total surpresa que fui assistir “The Matrix”, á espera de mais um
vulgar filme de acção. Creio que nem um trailer tinha assistido antes, mas
recordo que corria um “boca-a-boca” positivo. Não estava preparado para o que
vi na sala de cinema. E não perdi tempo em repetir a dose, uma das poucas vezes
em que vi o filme novamente no cinema.
Foi um sucesso de bilheteira e gerou
uma série de imitações, mas que raramente conseguiram lograr igualar-se aos
soberbos e inovadores efeitos especiais que impressionaram espectadores em todo
o Mundo. Além de uma narrativa sólida e de concretizar em imagem real inúmeras
influências e referências aos dinâmicos animes japoneses, a outros clássicos da
literatura e cinema, a elementos mitológicos e um nivel de acção só vista nos wuxia de Hong Kong ( mas elevada ao
cubo), tudo embrulhado numa capa cyberpunk, num produto final coerente e com
personalidade própria. Mas além dos aspectos técnicos e de estilo, de um elenco
carismático, a película também levanta várias questões filosóficas que até hoje
continuam a alimentar discussões e troca de ideias. O grande público abordou
temas como a caverna de Platão, Alice no País das Maravilhas, como funciona a consciência,
mundos virtuais, etc. Eu cheguei a debater o filme com professores na
Universidade.
As suas sequelas não chegaram ao
nível deste primeiro capítulo, mas é um belo filme stand-alone, que deixou uma marca no cinema de acção e de
ficção-cientifica e que não me farto de rever.
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