06/01/2017

Passageiros (Passengers - 2016)



                Isto parecia ser algo interessante. É verdade que os trailers dizem praticamente a história toda mas um filme de ficção-científica com Chris Pratt e Jennifer Lawrence e realizado por Morten Tyldum tinha o potencial para ser uma grande forma de acabar o ano. Em vez disso, temos algo muito fraquinho.
                Uma nave espacial, que viaja para uma colónia distante, tem uma avaria nas suas camaras de hibernação, provocando o despertar de dois passageiros 90 anos mais cedo do que o previsto.
                Bem, esta é, pelo menos, a sinopse oficial mas a realidade é ligeiramente diferente. Por isso, se preferem esta versão e não querem saber mais, é melhor não lerem o resto do parágrafo. Ainda por aqui? Ótimo, vamos passar ao que interessa. Apenas Jim Preston (Chris Pratt) é que acordou e, com o passar do tempo, sente-se cada vez mais sozinho e sem saber o que fazer. Então, entra-lhe a ideia de acordar Aurora Lane (Jennifer Lawrence) e começa aqui um grande dilema. Viver sozinho na nave, ou acordar outra pessoa e condená-la ao mesmo destino? Já se sabe a resposta… Este dilema é depois abordado entre os dois protagonistas mas nunca chega a uma verdadeira conclusão, é algo forçado pelo argumento sem muito significado.
                Passando isso à frente. A química entre os protagonistas até não é má, mas não é das mais naturais que já passaram pelo ecrã. Aliás, a química entre Brad Pitt e Marion Cotillard em “Aliados” é melhor. Os melhores momentos são mesmo com o ciborgue interpretado por Michael Sheen, que serve quase como um confessionário e tem algumas grandes tiradas. Aquilo que, no fim, acontece à nave, com as pistas a irem aparecendo aos poucos, serve como um final um pouco anti-climático. Mesmo o aspeto da mesma, que inicialmente parece algo interessante, depressa se torna aborrecida. O exterior ainda vá, tem o seu quê de chamativo, mas depois o interior é aquilo a que estamos habituados a ver em filmes do género, onde os tons de brancos dominam.
                Onde podia haver um drama importante, com questões que deviam ser faladas, tudo envolto num tema de ficção-científica (embora não tenha sido isso que foi anunciado), passou rapidamente para um romance igual a tantos outros. Salvam-se os dois protagonistas e Michael Sheen.


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