O tema
da vigilância constante é algo interessante e sempre capaz de dar uma boa
discussão. Por isso, que tal fazer um filme em torno da situação mais recente
que veio ao público, quando Edward Snowden revelou informações confidenciais
sobre a NSA e a CIA. O problema é que este pode ser mais “O Quinto Poder” que,
embora não seja um mau filme, não cumpriu com todas as expetativas. Desta vez, temos
Oliver Stone a realizar, o que é uma mais-valia.
Há a
questão daquilo que Snowden fez foi patriótico, ou se deve ser tratado como um
traidor. E nesse departamento Stone diz muito claramente que estamos perante um
herói. É verdade que temos algum discurso de conservadores vs liberais, só que
está mais presente na parte inicial do filme, e muitas vezes não é totalmente
explorado. Seguimos mais a vida de Snowden e o porque é que fez o que fez, não
se o que fez é “válido” ou não.
Joseph
Gordon-Levitt tem um bom desempenho como o protagonista e rapidamente
esquecemos que é um ator a interpretar uma personagem. Shailene Woodley, como o
interesse romântico Lindsay Mills, serve para nos ligarmos ao lado humano da
personagem, que devido ao seu brilhantismo com os computadores pode alienar o
público.
“Snowden”
é um filme interessante, só que muitas vezes alonga-se demais, não acontece
nada de propriamente emocionante que facilmente podia reduzir das mais de duas
horas de duração do filme. E muitas vezes a conversa sobre computadores e
programação, embora necessária, pode afastar algum do público.
Oliver
Stone trouxe-nos um filme biográfico interessante, mas o que podia ser uma boa
troca de ideias, muitas vezes se torna numa conversa de um sentido.
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