Seria de esperar que este filme
tivesse saído um pouco mais cedo, nem que fossem apenas umas duas ou três
semanas, para poder capitalizar da euforia em redor do campeonato da Europa.
Mas, tirando esse pequeno detalhe, temos mais um filme biográfico, desta vez
centrado na estrela de futebol brasileira Pelé.
Antes de mais, o meu interesse
pelo desporto não anda pelas alturas mas mesmo assim acho interessante ver como
é que uma das maiores lendas da modalidade chegou onde chegou. Seria de
esperar, sendo o filme sobre um brasileiro e tendo como pano de fundo no
Brasil, que a língua falada fosse o português – bem que podem tirar o cavalinho
da chuva porque o filme é em inglês. O que não deixa de ser um pouco estranho,
tendo em conta que sempre que se vê algo escrito ou os figurantes a falarem no
plano de fundo, está tudo em português. Até os próprios protagonistas soltam
uma expressão ou outra na língua de Camões para logo a seguir passarem para o
inglês.
Em termos de argumento, é aquilo
que se pode esperar dentro de uma história deste género, sem mais nem menos.
Alguém que veio de um meio social mais baixo mas que possui talento aos
pontapés, e que vai sempre subindo de estatuto, sem poder faltar, claro está,
as dificuldades e um rival. Também não temos o retrato da vida toda do homem.
Para já, ele ainda não morreu, por isso ainda pode haver coisas novas para
contar, por isso o filme foca-se na sua infância e na sua estreia no mundial na
Suécia em 1958.
De interpretações até somos bem
servidos, Leonardo Lima Carvalho a fazer de um Pelé mais novo e irrequieto e
com Kevin de Paula já na adolescência (atenção que não faço a mínima ideia de
como é a personalidade do jogador por isso se esta representação é fidedigna ou
não terão de ser vocês a julgar). Seu Jorge como o seu pai e mentor também tem
um bom desempenho.
Um filme biográfico
interessante, que não foge ao que estamos habituados no género, mas que serve
para conhecer melhor o homem por detrás da lenda.
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