Um Toque de Fé (Sympathy for Delicious - 2013)

                Mark Ruffalo fez um filme! É verdade. Numa altura em que Ruffalo ainda não fazia parte da superequipa de os vingadores lançou um drama sobre deficiências e poderes divinos. E como terá corrida esta, até agora, única experiência como realizador?
           Dean O´Dwyer é um Dj que depois de um acidente fica paraplégico. Mas, de repente ganha a habilidade de curar qualquer doença apenas com o toque. Não conseguindo curar-se a si próprio, faz com que Dean entre numa espiral descente em que usa o seu dom para ganhar dinheiro. 
                O que gostei mais foi do facto de não haver um herói, ou uma personagem que tenha feito grandes feitos, todos tem culpa no cartório de tudo de mal que se passa. O que não gostei foi para a tendência para o excesso de dramatismo de tudo o que se passa.
                Embora consiga em algumas situações criar bons momentos dramáticos, muitas vezes na tentativa de criar estas situações resulta antes em algo demasiado sentimentalista.
                Uma das boas temáticas apresentadas é a religião. Que na pele do padre Joe que tenta usar o dom de Dean para curar toda a gente de um bairro problemático. Porém, faz tudo isto sem ter em conta Dean como pessoa, que na tentativa de salvar toda a gente se afasta de tudo aquilo que representa.
                Em termos de interpretações, fica-se tudo pelo razoável. E, nem mesmo a participação especial de Orlando Bloom faz com que a situação mude.
                É um filme instável, sendo muitas vezes rápido e confuso e noutras demasiado parado. Estas grandes paragens podem ser utilizadas para refletir sobre tudo o que se está a passar, mas sinceramente preferia um movimento mais rápido e deixar a reflexão para depois.
                Um filme razoável para primeira tentativa, mas não me parece que cative os portugueses para o irem ver.