Joaquim Leitão tenta com
“Quarta Divisão” erguer os policiais nacionais para outro nível. E, de facto, consegue-o.
Mas a película que se apresenta inicialmente como um policial vai-se revelando
mais como um drama familiar, visto que o principal problema apresentado é a
violência doméstica.
Tudo começa quando a Quarta Divisão da PSP é chamada
para investigar o desaparecimento de Martim, uma criança de 9 anos que foi
vista pela última vez perto do seu colégio. Porém nem tudo é o que parece na
suposta família perfeita do pequeno Martim.
A personagem principal é a comandante desta divisão, Helena
Tavares, que é interpretada por Carla Chambel e que se revela como uma
anti-heroína extremamente fria, mas que consegue, em alguns raros momentos,
demonstrar algum sentimento. E, sinceramente, ela é a personagem que mais se
destaca em toda a trama.
Temos algumas referências, no início do filme, sobre
as dificuldades que esta profissão encontra nos dias de hoje mas, como isso não
é o interesse principal do filme, rapidamente é ignorado e deixado para segundo
plano.
Contudo o principal do filme é tanto entreter quem o
vê como sensibilizar para o processo de muitos dos casos de violência
doméstica. Mas a sua duração é demasiado extensa pois, enquanto a primeira
parte - o rapto - é interessante e apresenta um bom ritmo, a segunda parte
deixa algo a desejar, principalmente em termos de argumento. É que tudo (mas
tudo!) corre sempre como eles querem. Desde a descobertas que a protagonista
faz sem dar qualquer justificação para as mesmas, até a suspeitos que dizem
logo tudo o que sabem.
Mas, no final de contas, não deixa de ser um bom
policial nacional.
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