25/08/2019

Era uma Vez em... Hollywood (Once Upon a Time... in Hollywood - 2019)

  Sou um grande fã de Quentin Tarantino. Para mim, todos os seus filmes são pérolas a serem devidamente apreciadas, por isso “Era uma Vez em… Hollywood” estava nos meus mais antecipados do ano, principalmente quando o trio de protagonistas principal é constituído por Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie. 
Estamos na Los Angeles de 1969, e a fama do ator televisivo Rick Dalton está a desvanecer, por isso ele e o seu duplo Cliff Booth vão tentar a sua sorte em filmes.
Os filmes de Tarantino costumam ser longos mas geralmente por bons motivos. Mas raios, aqui é bem longo e não precisava de o ser. Sabemos que o realizador é um apaixonado pela época clássica de Hollywood e, por causa disso, quis mostrar todos os cenários que foram recriados, com longos takes de Cliff a andar de carro que, no fim, não acrescentam nada à história. 
Outro contra (que também pode ser incorporado no da duração) é toda a história referente a Sharon Tate, que tanta polémica deu quando foi anunciado. Toda essa vertente podia ter sido removida, e assim sido feito algo melhor nos cinco minutos da parte final. Mas pronto, temos Margot Robbie por isso temos que a mostrar (nesse sentido, nada contra). Porém é preciso ter feito algum “trabalho de casa” para entender todas as referências do filme, pois muita gente pode não saber sobre o assassinato de Tate e todas as circunstâncias e, nesse caso, algumas coisas vão passar ao lado.
Se tirarmos os pontos referidos, estamos perante um grande filme. DiCaprio e Pitt têm uma grande química, sem que nenhum se sobreponha ao outro, com diálogos muito envolventes. Mas é talvez, após se separarem, que têm as suas melhores cenas. Sendo que, para mim, as melhores cenas são o diálogo entre DiCaprio e a jovem Julia Butters e quando Pitt vai visitar o culto de Charles Manson onde as nossas expectativas dão uma reviravolta. 
Nenhum dos protagonista é um “herói” inequívoco, já que, embora durante a ação do filme não façam nada de mal, têm um passado não tão inocente. Mas todas as prestações dos atores são tão boas que nos fazem esquecer isso. E já há algum tempo que não via Pitt numa interpretação tão boa, o que mostra que o ator ainda tem muito para dar. Temos também cameos de muita gente conhecida como Dakota Fanning, Timothy Olyphant, Bruce Dern, entre outros que, embora não façam nada de especial, sempre são umas caras conhecidas.
E aquele ato final?! É aqui que Tarantino entre em modo Tarantino a 100%, apresentando uma cena de ação totalmente brutal, cheia de gore e que até tem momentos em que dá para rir um pouco. O filme vive, praticamente, para este momento.
“Era uma Vez em… Hollywood” é uma coleção de grandes cenas mas que não têm um bom ritmo entre elas. E, sendo de quem é, e um dos meus mais antecipados deste ano, fiquei algo desapontado com o resultado final.


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