21/01/2017

Manchester By the Sea (2017)



                Chegou aquela altura de Janeiro e Fevereiro em que chegam às nossas salas de cinema aqueles dramas que já cheiram a possíveis nomeações para os Óscares. “Manchester By the Sea” enquadra-se perfeitamente nessa categoria, com os principais destaques a irem para Casey Affleck e para o realizador e argumentista Kenneth Lonergan.
                Lee Chandler é obrigado a tomar conta do seu sobrinho adolescente Patrick, depois da morte do seu pai.
                Vou dizer, desde já, que não é o filme mais interessante que vi nos últimos tempos. É mais um estudo do comportamento humano, em que certos acontecimentos podem alterar o nosso modo de viver a vida. Portanto, não é algo que já não se tenha visto antes. Mas mantenho a minha política que, mesmo que não seja algo original, tudo vai depender do modo da sua execução.
                Seguir a vida de Lee desde que perdeu o seu irmão é uma jornada difícil pois não é propriamente a pessoa mais emotiva e carismática que já se viu, mesmo revelando algum humor negro. Ao longo do filme, percebe-se que algo de muito grave aconteceu na vida do protagonista para o deixar neste estado. E, quando tal é desvendado, facilmente entendemos a personalidade de Lee.
                Esta personagem é trazida à vida por uma grande interpretação de Casey Affleck que, sem dúvida, merece ser reconhecida de alguma forma, no entanto só posso apostar com segurança no ganho da estatueta depois de ver outros fortes candidatos. Também há que dar valor a Lucas Hedges que acompanha Affleck durante grande parte do filme, cuja personagem se vê numa situação após a morte do seu pai a tenta retomar a sua vida à normalidade.
                Kenneth Lonergan fez um bom trabalho em explorar as reações de várias pessoas quando são confrontadas com momentos devastadores e no modo como lidam com isso. Claro que não é a história com o ritmo mais rápido que por aí anda, nem tal seria de esperar neste género. Porém, mesmo assim, há algumas cenas que se prolongam de mais, criando uma sensação de desconforto, talvez de forma a imitar o sentimento por qual o protagonista passa, mas é exagerado.
                “Manchester By the Sea” não foi propriamente um filme que não me deu grande satisfação mas tenho que admitir que tem grandes prestações.


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