Chegou
aquela altura de Janeiro e Fevereiro em que chegam às nossas salas de cinema
aqueles dramas que já cheiram a possíveis nomeações para os Óscares.
“Manchester By the Sea” enquadra-se perfeitamente nessa categoria, com os
principais destaques a irem para Casey Affleck e para o realizador e
argumentista Kenneth Lonergan.
Lee
Chandler é obrigado a tomar conta do seu sobrinho adolescente Patrick, depois
da morte do seu pai.
Vou
dizer, desde já, que não é o filme mais interessante que vi nos últimos tempos.
É mais um estudo do comportamento humano, em que certos acontecimentos podem
alterar o nosso modo de viver a vida. Portanto, não é algo que já não se tenha
visto antes. Mas mantenho a minha política que, mesmo que não seja algo
original, tudo vai depender do modo da sua execução.
Seguir
a vida de Lee desde que perdeu o seu irmão é uma jornada difícil pois não é
propriamente a pessoa mais emotiva e carismática que já se viu, mesmo revelando
algum humor negro. Ao longo do filme, percebe-se que algo de muito grave
aconteceu na vida do protagonista para o deixar neste estado. E, quando tal é
desvendado, facilmente entendemos a personalidade de Lee.
Esta
personagem é trazida à vida por uma grande interpretação de Casey Affleck que,
sem dúvida, merece ser reconhecida de alguma forma, no entanto só posso apostar
com segurança no ganho da estatueta depois de ver outros fortes candidatos.
Também há que dar valor a Lucas Hedges que acompanha Affleck durante grande
parte do filme, cuja personagem se vê numa situação após a morte do seu pai a
tenta retomar a sua vida à normalidade.
Kenneth
Lonergan fez um bom trabalho em explorar as reações de várias pessoas quando
são confrontadas com momentos devastadores e no modo como lidam com isso. Claro
que não é a história com o ritmo mais rápido que por aí anda, nem tal seria de
esperar neste género. Porém, mesmo assim, há algumas cenas que se prolongam de
mais, criando uma sensação de desconforto, talvez de forma a imitar o sentimento
por qual o protagonista passa, mas é exagerado.
“Manchester
By the Sea” não foi propriamente um filme que não me deu grande satisfação mas
tenho que admitir que tem grandes prestações.
Sem comentários:
Enviar um comentário